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REPUTAÇÃO NA PESQUISA E NO ENSINO

Rio de Janeiro, 12 de Março de 2011 - Na última quinta-feira, dia 10 de Março, a Times Higher Education (THE) divulgou uma lista contendo as 100 universidades com melhor REPUTAÇÃO no mundo. Escrevi reputação com letras maiúsculas pois o resultado foi visto e divulgado por muitos no Brasil como uma lista das MELHORES instituições de ensino superior do mundo. Na verdade, o ranking das melhores universidades do planeta 2010-11 saiu no dia 16 de Setembro do ano passado.


Embora reputação e qualidade estejam relacionados, os dois rankings possuem diferenças nas colocações de diversas instituições. Por exemplo, a Universidade de Paris - Sorbonne - aclamada por muitos aqui no Brasil, e onde FHC deu aula, aparece entre a 91° e 100°* posição no ranking de reputação mas não está na lista das 200 melhores universidades do mundo.


A prestigiada London School of Economics ficou em 37° lugar no ranking de reputação e em 86º no ranking geral. 
Já a sueca Lund, citada no segundo post desse blog, aparece na 89º posição geral e no grupo entre 71º e 80°* em reputação. 
No caminho contrário das instituições acima citadas, o California Institute of Technology aparece em décimo lugar no ranking de reputação e em segundo lugar no ranking geral.


O ranking de reputação é baseado no prestígio das pesquisas elaboradas pelos institutos e sua consequente menção nos mais diversos meios. A qualidade e eficiência do ensino oferecido por estas instituições é a segunda vertente dessa análise. 
Para chegar ao resultado, 13.388 acadêmicos de 131 países responderam o questionário elaborado pela THE. Em média, esses especialistas possuem mais de 16 anos trabalhando em instituições de ensino superior e publicaram mais de 50 pesquisas.



Eu em Harvard. 2009.
 Os Estados Unidos foi disparado o país com o maior número de universidades nas duas listas. A universidade de Harvard foi mais uma vez a grande vencedora tanto em reputação quanto na avaliação de qualidade. Ao ser perguntada se dinheiro é o grande diferencial para se ter universidades no topo, Anne Morz, editora do Times Higher Education, diz que sim: "...os países conseguem aquilo que pagam...". Ela acrescenta ainda que os EUA investem 3,1% de seu PIB só no ensino superior enquanto a média de investimento global fica em 1,5%.




Dos BRIC's, grupo formado por Brasil, Russia, Índia e China, apenas o Brasil não possui representantes na lista divulgada no dia 10 de Março. No ranking geral, a USP, aparece na 232º colocação. A lista de fatores pelos quais nossas universidades não aparecem melhor nesses rankings é extensa. Um desses aspectos foi abordado no segundo e mais comentado post desse blog até o momento. 


Apesar do PIB brasileiro ser um dos 8 maiores do mundo, o resultado da pesquisa nos faz refletir se a fatia destinada à educação de base, média e superior é insuficiente ou mal-empregada.


Dedicarei o próximo post para uma abordagem específica dos casos brasileiro e latino-americano. Apesar do longo caminho a ser percorrido para que universidades desses países entrem nos dois rankings, alguns estudiosos apontam melhorias importantes que vêem acontecendo na região nos últimos 20 anos.


Até mais,


Renato Vieira

* No ranking de reputação, da quinquagésima posição até a centésima, as universidades foram agrupadas em grupos de 10 pois as diferenças entre elas foram muito pequenas. 






Referências:


http://www.timeshighereducation.co.uk/world-university-rankings/
http://www.timeshighereducation.co.uk/world-university-rankings/2010-2011/top-200.html
http://www.timeshighereducation.co.uk/world-university-rankings/2010-2011/reputation-rankings.html
http://www.youtube.com/watch?v=w0ATR3eGgkM

Comentários

BrazilonMedia disse…
Gostei particularmente da distinção e da comparação que faz entre os
dois rankings. A particularidade do ângulo "reputação" passou quase em
branco na imprensa.

Interessante também os dados sobre a relação entre aporte financeiro e
excelência acadêmica. Li agora que o
país investe cerca de 4,3% do PIB apenas na educação superior. O
problema é a disparidade com a educação básica, que recebe apenas 0,8%
da riqueza nacional. Penso que é assunto a ser discutido.
BrazilonMedia disse…
Gostei particularmente da distinção e da comparação que faz entre os
dois rankings. A particularidade do ângulo "reputação" passou quase em
branco na imprensa.

Interessante também os dados sobre a relação entre aporte financeiro e
excelência acadêmica. Li agora que o
país investe cerca de 4,3% do PIB apenas na educação superior. O
problema é a disparidade com a educação básica, que recebe apenas 0,8%
da riqueza nacional. Penso que é assunto a ser discutido.
Olá Renato. Achei o seu blog muito interessante. Seu modo de escrever é muito bom. Esse blog nos mantém informados de notícias ocorrentes no Brasil e no Mundo no ponto de vista político, educacional e também histórico.

Parabéns!

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