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MISTURAS DESCONEXAS

Rio de Janeiro 5 de Abril de 2012 - Bom dia pessoal! Ontem pela manhã, dando a tradicional lida rápida em alguns sites de jornais, me deparei com uma matéria do editorial do JB com o seguinte título:  "Nós, brasileiros, não aceitamos reprimenda da Alemanha".

Abri o link e vi que a matéria fazia referência à recente visita da presidente Dilma à Hannover na Alemanha onde o Brasil foi o país homenageado na Feira Internacional das Tecnologias de Informação e das Comunicações (CeBIT).

Durante o evento, as presidentes divergiram sobre a maneira como a crise econômica na Europa vem sendo conduzida. Dilma criticou a desvalorização artificial do euro e seus impactos negativos para a indústria nacional. Merkel respondeu acusando o Brasil de ser um país com muita especulação e altas taxas de juros.

Apesar das sutis alfinetadas de ambos os lados, o debate foi estritamente econômico. Pontos de vista diferentes, crítica brasileira e resposta alemã. Até aí tudo normal. O que me chamou atenção foram os comentários contidos no editorial do Jornal do Brasil do dia 3/4/2012. Vejam abaixo:


Confesso que quando li a primeira vez achei que o site havia sido hackeado. Entretanto, como a matéria está no ar até hoje e nenhuma nota foi emitida, parece que o site não foi invadido. As atrocidades aconteceram mas não possuem relação alguma com a atual chanceler Merkel e menos ainda um debate econômico de uma crise que explodiu há 4 anos, deveria ser misturado com os assassinatos em massa perpetrados por Hitler e os nazistas há mais de 60 anos atrás. Pra piorar, o editorial "assina" como "nós brasileiros" uma interpretação e opinião que me parecem muito pessoais.

Entendo que o Brasil aceita sim críticas desde que baseadas em argumentos técnicos, despidas de preconceitos e que não fazem misturas desconexas. Afinal de contas, nosso passado também tem suas manchas como a escravidão e a ditadura.

Até a próxima,

Renato Vieira

Comentários

BrazilonMedia disse…
O editorial, abaixo de qualquer crítica, parte de declarações inexistentes e tece relações, como diz Renato, desconexas. Primárias. Tolas, no mínimo.

A reportagem da revista alemã trata das diferenças - naturais entre duas nações independentes - entre pensamentos sobre economia.

O lugar de que o JB extraiu declarações tão pouco diplomáticas de Merkel permanece uma incógnita.

Não bastasse essa absoluta distorção, o editorial recorre ao passado nazista alemão para desqualificar a atual chanceler. A tentativa de correlação é desprezível.

Por fim, brada um juvenil e panfletário "viva" a presidente Dilma, numa constrangedora e lamentável prova de declínio daquele foi, tempos atrás, a maior referência da imprensa nacional.

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