Ushuaia, Tierra del Fuego, 7 de Fevereiro de 2013
Esse
dia, ou melhor, a sequencia de dias culminando neste, foram suficientes
pra colocar Ushuaia em uma posição privilegiada na minha lista de
cidades favoritas. Primeiro o passeio de barco pelo Canal Beagle quando, entre outras coisas, vimos os leões marinhos. Depois o mágico encontro com os pinguins.
Hoje, o acaso, a espontaneidade e a falta de um plano definido foram
protagonistas na organização de um dos melhores dias dessa viagem.
Golf com os holandeses
Amanheci com um convite para ir jogar golf no Ushuaia Golf Club com um
grupo de holandeses que estava no albergue. Eles estavam em quatro e
rachariam um taxi até o tal clube que é famoso por ser o campo de golf mais ao sul do mundo. Eu, particularmente não sou muito fã desse esporte e, apesar de poder ter sido maneiro pela galera que iria, acabei não indo.
Não fui jogar golf mas também não sabia exatamente o que faria. Como
expliquei no outro post, a maioria dos passeios em Ushuaia tem horários
de saída as 10AM, 3PM e até 7PM. Outros tantos nem precisam ser feitos
necessariamente com uma excursão. Sendo assim, eu não estava com pressa
de decidir o que faria.
Tomei o café da manhã e saí pra rua para tirar fotos da cidade. Também
precisava comprar o tal livro que comentei no outro post. Até
terminar essas tarefas, acreditava eu que já teria decidido o que fazer.
Logo na saída do albergue olhei pras montanhas e vi que tinha um pouco mais de neve que na manhã anterior. A noite tinha sido bem fria e o dia amanheceu marcando 6ºC.
Logo na saída do albergue olhei pras montanhas e vi que tinha um pouco mais de neve que na manhã anterior. A noite tinha sido bem fria e o dia amanheceu marcando 6ºC.
Segui
caminhando e fotografando por ruas que eu ainda não tinha andado. (Vou
colocar aqui no blog mais fotos das ruas de Ushuaia num futuro post)
Durante essas andanças, vi até um carro de bombeiros da cidade de
Toulhin, vizinha de Ushuaia, usando um escudo do Flamengo como símbolo. É
o Mengão presente até no Fim do Mundo! :)
Algumas das fotos que tirei |
Algumas das fotos que tirei |
Algumas das fotos que tirei |
Quando comecei a descer por um caminho totalmente aleatório para procurar o livro no centrinho alguém me chama da calçada. Era Inbal que vinha caminhando com sua amiga Simona. Essas são as duas israelenses que eu havia conhecido dois dias atrás no passeio de barco pelo Canal de Beagle. Na hora, nenhum dos três acreditou na coincidência. Ushuaia é pequena mas aquilo foi demais. Eu andando sem rumo pela cidade encontrando as duas que estavam caminhando rumo ao Glaciar Martial. Eu não tinha planos definidos então aceitei o convite e resolvi acompanhá-las nessa subida gelada....rs
Simona e eu iniciando a caminhada pra geleira lá atrás |
Inbal e eu um pouco depois do encontro acidental |
O Glaciar Martial é uma geleira no alto de uma montanha distante 7km do centro de Ushuaia. Li em alguns lugares que essa geleira é a
principal fonte de água potável da cidade. A solução
adotada para vencer esses 7km foi a mesma que elas já vinham adotando desde que
começaram a viajar pela América Latina: Pedir carona pra qualquer carro
que passasse. Ontem mesmo elas haviam feito isso pra ir até a Laguna. Eu não fui justamente por não ter a
coragem que elas tinham de ficar pedindo carona a desconhecidos. Dessa vez eu já estava andando
com as duas e, enquanto andávamos, elas faziam sinais para os carros. Sem ter tomado café direito, de calça jeans e sem o tênis mais adequado resolvi encarar essa aventura com elas. Pelo menos para o frio eu estava preparado! rs
Simona e Inbal pegando instruções durante a caminhada |
Depois de andar um pouco finalmente um carro parou pra Simona e deixou a gente entrar. Quando abriram a porta vimos que, além do motorista, também havia um casal. Como fazer um carro com quatro vagas comportar seis pessoas? Nos apertamos lá atrás e Simona foi sentada no colo da Inbal que é menor do que ela! rsrs Achei maneiro que mesmo sem ter o devido espaço o cara parou pra gente. Os três eram argentinos e o motorista pediu duas coisas quando nos deixou na entrada do parque. Primeiro uma moeda dos nossos países de origem e depois uma foto com todos juntos. Elas estavam sem moedas de Israel e eu tinha uma moeda de R$ 1 que dei pra ele... Nos despedimos e seguimos nosso caminho.
Ao entrar vimos um teleférico que imaginamos que nos levaria até o topo do Glaciar. Depois de muita conversa decidimos subir de teleférico e descer caminhando. Compramos os tickets e quando começamos a nos dirigir para as cadeirinhas voadoras eis que surgem as duas amigas alemãs que estavam conosco no Canal de Beagle. Elas já haviam subido e descido do Glaciar Martial... Tinham ido bem cedinho. Perguntamos como era o teleférico e elas falaram que não usaram pois ele só levava até um terço do caminho e, justamente, até o fim da parte mais fácil de toda a caminhada. Inbal se revoltou e fomos negociar com o cara a devolução do dinheiro dos tickets que compramos. Conseguimos sem dificuldades. Decidimos subir tudo caminhando mesmo.
Ao entrar vimos um teleférico que imaginamos que nos levaria até o topo do Glaciar. Depois de muita conversa decidimos subir de teleférico e descer caminhando. Compramos os tickets e quando começamos a nos dirigir para as cadeirinhas voadoras eis que surgem as duas amigas alemãs que estavam conosco no Canal de Beagle. Elas já haviam subido e descido do Glaciar Martial... Tinham ido bem cedinho. Perguntamos como era o teleférico e elas falaram que não usaram pois ele só levava até um terço do caminho e, justamente, até o fim da parte mais fácil de toda a caminhada. Inbal se revoltou e fomos negociar com o cara a devolução do dinheiro dos tickets que compramos. Conseguimos sem dificuldades. Decidimos subir tudo caminhando mesmo.
Pegamos uma trilha um pouco mais estreita porém bem mais bonita. Subimos seguindo uma cachoeira proveniente do derretimento da geleira. Conversamos bastante durante a caminhada. Elas cantaram em hebraico e eu ia ensinando algumas coisas de português pra elas já que em breve elas também visitariam o Brasil.
Outros aventureiros próximos a cachoeira |
Cachoeira do Glaciar Martial |
Inbal, Renato e Simona às margens da cachoeira |
Apesar do frio o dia estava bonito |
Bela imagem do Glaciar Martial |
Simona, Inbal e o Martial...rs |
Simona Inbal close-up |
Quase lá! |
Caminhamos bastante até que encontramos o primeiro blocão de gelo! Ventava muito e teve um momento que até nevou um pouco. Floquinhos bem pequenos que talvez nem estivessem caindo do céu e sim se desprendendo da geleira com o vendo. Não sei. Eu sei que vimos as poeirinhas brancas caindo em cima de nós!
A partir desse grande bloco de gelo eu não fui mais. Ficou muito íngrime e fiquei preocupado com meu tenis que não era apropriado. Fiquei com medo de escurregar! rs
A partir desse grande bloco de gelo eu não fui mais. Ficou muito íngrime e fiquei preocupado com meu tenis que não era apropriado. Fiquei com medo de escurregar! rs
Enorme bloco de gelo lá em cima |
Trio do lado do gelo |
Já estávamos quase no topo mas ainda tinha gelo pra ver. Elas subiram mais um pouco e depois iniciamos nosso caminho de volta.
Glaciar Martial |
Glaciar Martial |
Depois de tomar muito frio e muito vento, paramos pra tomar um chocolate quente numa cabaninha super maneira toda feita de madeira! Me senti num filme! rsrs Lá encontramos uma mulher que estava sozinha com seus bolos, cafés e chás... tudo a venda pra aquecer os aventureiros famintos que por ali passassem. A cabaninha era bem aconchegante e aquecida com um grande forno... Estavamos bem cansados e a vontade era tomar o chocolate e tirar uma soneca ali dentro mesmo! rsrs
Cabana de madeira e as três camas em potencial..rs |
Simona fazendo pose e Inbal distraída |
Tortas, bolos, livro |
Chocolate quente |
Continuamos a decida até a saída do parque. Quase chegando, Inbal e Simona avistaram de longe um grupo de sete israelenses que estavam iniciando a subida deles. Elas passaram as dicas pros conterraneos, conversaram um pouco sobre o que cada uma havia feito até aquele dia e dez minutos depois eles seguiram subindo.
Simona, Inbal e eu saímos do parque em direção a cidade. Sabe como? De carona de novo. Uma dupla de senhores americanos da Califórnia nos levou desde lá de cima até o centrinho de Ushuaia. Os velhinos tinham pinta daqueles ricaços de Los Angeles que a gente vê na TV. Eles foram muito simpáticos e prestativos. Conversaram bastante com a gente e nos deixaram num lugar melhor do que o que havíamos pedido. Dessa vez, Inbal, a menor, foi no colo da Simona..rs
Quem lê as coisas que eu escrevo sobre planejamento de viagem sabe que sou bastante criterioso e cuidadoso com isso. Talvez porque as viagens que havia feito até essa de Ushuaia foram para países mais caros sendo a organização um grande aliado pra economia de dinheiro e tempo. Entretanto, como falei no início desse post, nesse dia em Ushuaia a falta de um plano foi o grande aliado pra que eu tivesse tido esse dia show de bola! Talvez, nesse caso, se as coisas tivessem sido planejadinhas não teria sido tão legal como foram! :)
Até a próxima
Renato Vieira
Simona, Inbal e eu saímos do parque em direção a cidade. Sabe como? De carona de novo. Uma dupla de senhores americanos da Califórnia nos levou desde lá de cima até o centrinho de Ushuaia. Os velhinos tinham pinta daqueles ricaços de Los Angeles que a gente vê na TV. Eles foram muito simpáticos e prestativos. Conversaram bastante com a gente e nos deixaram num lugar melhor do que o que havíamos pedido. Dessa vez, Inbal, a menor, foi no colo da Simona..rs
Quem lê as coisas que eu escrevo sobre planejamento de viagem sabe que sou bastante criterioso e cuidadoso com isso. Talvez porque as viagens que havia feito até essa de Ushuaia foram para países mais caros sendo a organização um grande aliado pra economia de dinheiro e tempo. Entretanto, como falei no início desse post, nesse dia em Ushuaia a falta de um plano foi o grande aliado pra que eu tivesse tido esse dia show de bola! Talvez, nesse caso, se as coisas tivessem sido planejadinhas não teria sido tão legal como foram! :)
Até a próxima
Renato Vieira
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